Cirurgia Laparoscópica

O termo laparoscopia deriva do grego “Laparos”, que significa abdome. Logo, a laparoscopia seria uma referência a olhar dentro da cavidade abdominal.

Na medicina moderna, no entanto, o termo se refere à cirurgia ou ao exame pouco invasivo de maneira geral, feito com a ajuda de uma microcâmera e utilizando-se de pequenas incisões. Desde os primeiros relatos de cirurgia urológica por via laparoscópica nos anos 90, essa via de acesso tem se tornado parte integrante da vida cirúrgica do urologista. Nesses últimos 25 anos, a cirurgia minimamente invasiva, representada fundamentalmente pela laparoscopia pura e recentemente pelas técnicas robô-assistidas, tem cada vez mais melhorado seus resultados, sendo empregada no tratamento de cálculos renais, tumores urológicos e uro-ginecologia, dentre outros.



Estando o paciente internado e sob efeito de anestesia geral, o médico inicia o procedimento. Por meio da técnica, o cirurgião insere no paciente o laparoscópio, um cabo de fibra óptica por meio do qual ele poderá visualizar as estruturas internas do corpo humano. Em um outros pequenos cortes, ele pode inserir outras ferramentas cirúrgicas, como tesouras e pinças específicas para realização de um vasto número de tipos de cirurgias. 



O médico se guiará pelas imagens trazidas pela câmera para conduzir a cirurgia. Para facilitar a movimentação dos materiais dentro do espaço abdominal, o profissional deve inserir dióxido de carbono para distender o ambiente interno do organismo, o que pode provocar um pouco de desconforto ao paciente no pós-operatório.


Um pouco de história…


A ideia de explorar a cavidade abdominal por meio de instrumentos endoscópicos é centenária. Foi descrita pela primeira vez pelo médico alemão Kelling, em 1901 em cães. Em 1910, o sueco Jacobeus, foi o primeiro a realizar laparoscopia em seres humano. Aos poucos, a técnica laparoscópica foi se desenvolvendo na Europa graças a pequenas contribuições de diversos médicos e engenheiros. 

Nos anos 1980, graças à miniaturização das câmeras de vídeo feita pelos japoneses, o sonho dos pioneiros materializou-se – a videolaparoscopia. O relacionamento da urologia com a laparoscopia teve início mais tardio em comparação com a gastrocirurgia e a ginecologia. Somente em 1976 foi descrito o primeiro procedimento laparoscópico em Urologia.  Os anos 1990 foram o período de estabelecimento definitivo da laparoscopia em urologia. Mesmo entre os mais céticos e críticos é impossível negar a enorme contribuição que a técnica laparoscópica trouxe à especialidade, fato claramente expresso pelas centenas de estudos publicados em periódicos e em livros oriundos de todas as partes do mundo nos últimos dez anos. 

No Brasil, os primeiros trabalhos associando laparoscopia e urologia surgiram em 1985. Desde então o interesse da especialidade só cresce em novas técnicas, expandir as indicações e materiais cada vez mais seguros.



Praticamente todos os procedimentos dentro do abdome que antigamente eram realizados via cirurgia aberta atualmente são realizadas pela via laparoscópica. Alguns exemplos são a retirada do rim (nefrectomia) total ou parcial, em casos de tumores renais iniciais, prostatectomias radicais (retirada de toda a próstata somente em casos de câncer), resolução de estreitamentos do canal entre o rim e a bexiga (pieloplastia), etc. 

Quais as vantagens da laparoscopia em relação à cirurgia convencional (aberta)?


1. Cortes menores: incisões normalmente tem entre 1 a 1,5 cm

2. Menor risco de infecção: por evitar menor exposição de áreas internas a bactérias do centro cirúrgico e no cotidiano do pós-operatório, a laparoscopia reduz a chance de complicações por infecções.

3. Recuperação mais rápida: O paciente tende a se recuperar e a ter alta hospitalar mais rapidamente do que aqueles submetidos aos procedimentos convencionais.

4. Menos dor: há uma menor violação de músculos, menor chance de lesão de nervos e consequentemente menor dor no período pós operatório. 


Nos últimos anos estamos vendo evolução em uma série de procedimentos urológicos em laparoscopia, sem dúvida o que mais evoluiu foi a retirada de parte do rim em casos de câncer de rim (Nefrectomia parcial laparoscópica). Antigamente era necessário uma grande incisão na região lateral do abdome, exigindo um longo período de recuperação. Já com a laparoscopia se faz apenas algumas incisões no abdome causando menor dano e com uma recuperação muito mais acelerada.








Concluindo, a laparoscopia é um poderoso instrumento em mãos experientes, método já consagrado e que vem evoluindo a cada dia. Converse com seu urologista de confiança sobre as diversas possibilidades de tratamento.